PEREGRINAÇÃO: NOS PASSOS DE EDITH STEIN

PEREGRINAÇÃO: NOS PASSOS DE EDITH STEIN

sábado, 4 de setembro de 2010

MATERIAL ENVIADO POR NOSSA CORRESPONDENTE DE ROMA

O Cardeal Newman será beatificado nos próximos dias e ,nos ambientes Universitários ,muitos estão reavaliando sua obra mais famosa: A idéia de uma Universidade , cuja tradução para o alemão foi feita por EDITH STEIN. A EDUSC tem um livro , organizado por Frank M. Turner , com o texto amplamente comentado por estudiosos renomados do meio acadêmico . Procure conhecer e divulgar o livro NEWMAN e a idéia de uma universidade , EDUSC , Bauru,2001.
Proponho que a EDUSC divulgue mais esse livro para que os interessados possam encontrá-lo com facilidade. Um grande abraço, Ir Jacinta.




O cardeal Newman e a busca da verdade Entrevista a Cristina Siccardi, biógrafa do futuro beatoPor Carmen Elena VillaTURIM, sexta-feira, 3 de setembro de 2010 (ZENIT.org) Depois de viajar cinco horas debaixo de chuva, a 8 de outubro de 1845, o sacerdote passionista Domenico Barberi encontrou-se com o então pastor anglicano John Henry Newman (Londres, 1801- Birmingham, 1890), que lhe pediu que o acolhesse nos braços da Igreja católica, depois de décadas de busca na teologia e filosofia. O cardeal Ratzinger, em 1990, escreveu, a propósito do centenário da morte de Newman: "foi sua consciência que o conduziu dos antigos laços e das antigas certezas para o difícil e estranho mundo do catolicismo".E será agora o Papa Bento XVI que o beatificará em Coventry, centro da Grã-Bretanha, no dia 19 de setembro, durante sua viagem à Inglaterra. Sobre a vida e inquietações de Newman, em que sempre estiveram entrelaçadas fé e razão, ZENIT entrevistou a escritora italiana Cristina Siccardi, autora do livro Nello specchio del cardinale Newman (No espelho do Cardeal Newman, 2010, editora Fede e cultura), cuja publicação na Itália será nos próximos dias. Cristina escreve para vários meios de comunicação católicos da Itália.É autora, entre outros livros, de La 'bambina' di padre Pio (Rita Montella, 2003), Santa Rita da Cascia e il suo tempo, 2004; Paolo VI. Il papa della luce, 2008.



ZENIT: Como foi a infância de Newman?

Cristina Siccardi: John Henry Newman era o primogênito dos seis filhos do casal John Newman e Jemina Fourdrinier. Nasceu em Londres e foi batizado na Igreja anglicana de Saint Bennet Fink.Seu pai, um homem empreendedor, foi subindo de posição social até se converter em banqueiro. Mas depois de vários anos de êxito, veio a derrocada. Foi o próprio John Henry que teve de manter toda a sua família quando frequentou a Universidade de Oxford. "Fui educado durante minha infância para ter o grande prazer de ler a Bíblia, mas não tive sólidas convicções religiosas até os 15 anos". Assim Newman abriu o segundo parágrafo da obra-prima intitulada Apologia pro vita. História de suas convicções religiosas, que escreveu em 1864 para combater quem, à raiz de sua conversão, havia-o atacado ferozmente.Um dia, na ermida de Littlemore, onde se converteu, encontrou e folheou um velho caderno seu de escola. Na primeira página encontrou maravilhado um emblema que lhe cortou a respiração: tinha desenhado a figura de uma cruz robusta e, atrás, uma figura que representava um rosário com uma pequena cruz unida a este. Naquele momento tinha só dez anos. Estas imagens não teriam por que terem sido desenhadas a lápis por Newman, devido à aversão que os protestantes têm às imagens sagradas.


ZENIT: Por que chamavam tanto a atenção dele os Padres da Igreja?


Cristina Siccardi: Quando ainda era anglicano, em 1826, Newman decidiu estudar com um método sistemático os Padres da Igreja, e nasceu assim um grande amor por eles. Em primeiro lugar, examinou-os com a ótica protestante, mas depois, em 1835 e 1839, retomou o estudo com uma ótica mais parecida com a do catolicismo.Em uma carta a seu amigo Pusey, disse: "Não me envergonho de basear-me nos Padres, e não penso em de forma alguma me afastar deles. A história de seus tempos não é para mim um almanaque velho. Os Padres me fizeram católico e eu não pretendo me afastar da escada pela qual subi para entrar na Igreja".Os Padres foram para Newman seu grande amor, neles encontrou a resposta às persistentes perguntas religiosas e de fé que o torturaram durante 44 anos, até que, a 9 de outubro de 1945, foi acolhido na Igreja católica pelo padre Domenico Barberi, passionista italiano que foi beatificado por Paulo VI em 1963.



ZENIT: Conte-nos mais sobre a conversão dele para o catolicismo...

Cristina Siccardi: Esta chegou através de um cansativo percurso intelectual e espiritual. Sua biografia identifica-se com a elaboração do pensamento e com o empenho da alma. John Henry Newman está situado entre os grandes pensadores, filósofos e teólogos da história da humanidade. Sua bibliografia, que se têm edificado no mundo no transcurso dos 120 anos desde sua morte, é enorme.Com espírito de explorador, atento e escrupuloso pesquisou o interminável nó de caminhos que é o protestantismo. Primeiro como calvinista e depois como anglicano, para depois chegar com alegria à Igreja de Pedro, como pôde experimentar também outro convertido excepcional: Santo Agostinho. Newman comportou-se como o capitão que governa seu navio de guerra com destreza e competência e, sem trégua alguma, alcançou com grande humildade, e sobretudo com zelo, a meta desejada.



ZENIT: Que seus amigos disseram quando ele deu este passo?



Cristina Siccardi: Newman, apesar de dar uma especial importância ao valor da amizade e aos laços profissionais, quando viu e compreendeu a verdade e onde estava, não se preocupou com mais nada nem ninguém e abandonou tudo e todos, assim como fizeram os apóstolos. Seus amigos anglicanos compreenderam que tinham perdido um grande homem: alguns lamentaram, outros o julgaram ferozmente, outros, em contrapartida, o apoiaram.O elogio mais belo, a nosso parecer, que lhe deram em vida, foi a carta que Edward Pusey enviou a um amigo: "Deus está ainda conosco e nos permitirá seguir adiante, apesar desta grande perda. Não devemos esconder sua importância, porque foi a maior perda que tivemos. Quem o conheceu sabe bem dos seus méritos. Nossa igreja não soube se beneficiar. Era como se uma espada afiada dormisse em sua bainha porque ninguém sabia empunhá-la. Era um homem predestinado a ser um grande instrumento divino, capaz de realizar um amplo projeto que restabelecesse a Igreja. Foi-se como todos os grandes instrumentos de Deus inconsciente de sua própria grandeza. Foi-se para cumprir um simples ato de dever, sem pensar em si mesmo, abandonando-se completamente nas mãos do Altíssimo. Assim são os homens em quem Deus confia. Poder-se-ia dizer que se transferiu para outra área da vinha, onde pode utilizar todas as energias de sua poderosa mente".


ZENIT: Ele recebeu muitos ataques da parte da Igreja anglicana e dos intelectuais da época?
Cecila Siccardi: Certamente da Igreja anglicana, dos intelectuais protestantes e também da própria Igreja católica. Os primeiros o consideravam um traidor, os segundos, alguém de quem se deve desconfiar. Também alguns católicos na Irlanda estiveram contra: ele foi removido do cargo de reitor da Universidade de Dublin. John Henry Newman escreveu a Apologia pro vita justamente para se defender dos ataques dos intelectuais. Este livro engendrou muitas conversões. Recordemos que o Papa Leão XIII afastou muitos rumores maliciosos, quando concedeu a Newman o barrete cardinalício.ZENIT: Em uma sociedade onde reina o relativismo moral e intelectual, que nos diz a beatificação de Newman?Cristina Siccardi: O cardeal Newman combateu sincera e lealmente o liberalismo, trazendo, com seu método sistemático e analítico, um dos perfis mais reais daquela Europa em fase de corrupção, de abandono da civilização cristã e de agonizante apostasia. Conseguiu identificar as conotações de secularização e relativismo de nossos dias, fruto da presunção que já os gregos pagãos, depositários de verdadeiras sementes do Verbo, definiam ύβρις (übris = a arrogância de quem não se submete aos deuses), ou o que é o mesmo, a ideia de antepor os lugares comuns supostamente racionais da própria época à razoabilidade e racionalidade da Tradição.Newman, quem, como disse o cardeal Ratzinger em 1990, "pertence aos grandes doutores da Igreja", esse grande cavalheiro do século XIX inglês, alcançou a Verdade quando tinha 44 anos, depois de décadas de estudo e aprofundamento. Com valentia, forçou sua própria mente para entender, indagar, sondar os meandros da história, da filosofia, teologia e descobrir finalmente a pedra preciosa. Foi assim que "vi meu rosto naquele espelho: era o rosto de um monofisista, o rosto de um herege anglicano e o descobri quase com terror".O epitáfio na tumba do futuro beato Newman, cuja vida é a prova mais evidente e concreta de que a razão pode se unir à fé para trazer à terra a Igreja de Jesus Cristo, a única verdade que leva à salvação eterna. Crer na verdade e ser livre: "Se permanecerdes em minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres" (Jo 8, 31-32). John Henry Newman é o modelo que a Igreja, sob o pontificado de Bento XVI, propõe aos cristãos e aos católicos para seguir: é a resposta claríssima do Papa ao mundo relativista.

Newman e a Idéia de uma Universidade
FRANK W. TURNER

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

GÊNERO: PERSPECTIVAS ANTROPOLÓGICAS E FENOMENOLÓGICAS EM EDITH STEIN



Doutora em Teologia Escola Superior de Teologia São Leopoldo RS. Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Especialista em Gestão de Escolas pela PUCPR; Educação a Distância pela UnB. Graduada em Pedagogia pela Libera Università Maria Santíssima Assunta Roma Itália e, em Magistério em Ciências Religiosas pelo Pontifício Ateneo Antonianum Roma Itália; Bacharel em Teologia pela PUCPR. Atua nos temas: teologia e gênero, fenomenologia religiosa, redes de apoio, práticas de acompanhamento e de reintegração social.

Resumo

O presente artigo reflete sobre as questões de gênero no pensamento de Edith Stein (1891-1942), filósofa e discípula de Edmund Husserl. A reflexão verte sobre uma análise fenomenológica do ser humano nas suas diversas dimensões. O artigo explora a contribuição da filosofia da autora para o desenho de uma nova antropologia feminina no interior dos estudos de gênero e propõe uma visão unitária da natureza humana. Trata de seu itinerário especulativo, de sua ativa participação no contexto dos movimentos feministas da época para a entrada da mulher no mundo do trabalho, na vida social e política, quebrando paradigmas de uma cultura androcêntrica voltada para a definição dos valores e das relações tanto pessoais como institucionais. Aponta para o valor da corporeidade como base para o estudo do sujeito na sua singularidade e na sua dimensão intersubjetiva. As diferenças de gênero são indicadas como diferenças essenciais e dizem respeito à estrutura do ser humano.

Palavras-chave: Gênero. Teologia. Fenomenologia. Edith Stein.


ARTIGO COMPLETO: http://www.est.edu.br/periodicos/index.php/estudos_teologicos/article/viewArticle/43

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Contribuições da fenomenologia de Edith Stein e Angela Ales Bello à psicologia brasileira'





Simpósio: Acontecerá no dia
05 de setembro (domingo),
sala 803, 8º andar da
UNINOVE, das 14h às 16h.

Formação em Psicologia – Formação do Psicólogo

CONTRIBUIÇÕES DA FENOMENOLOGIA DE EDITH STEIN E ÂNGELA ALES BELLO À PSICOLOGIA BRASILEIRA

ANDRÉS EDUARDO AGUIRRE ANTÚNEZ – UNIVERDIDADE DE SÃO PAULO


PSICO-ONCOLOGIA E RELIGIOSIDADE: CONTRIBUIÇÕES DA FENOMENOLOGIA DE STEIN PARA A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO

JOELMA ANA ESPÍNDULA – ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO
ELIZABETH RANIER MARTINS DO VALLE


ANGELA ALES BELLO E A ENCARNAÇÃO DA ATITUDE FENOMENOLÓGICA COMO ORIENTAÇÃO AO PSICÓLOGO

CRISTIANO ROQUE ANTUNES BARREIRA – ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE DE RIBEIRÃO PRETO – USP/RP


A FENOMENÓLOGA ANGELA ALES BELLO NO BRASIL: RIGOR CONTRA PRECONCEITO

MIGUEL MAHFOUD – UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS





terça-feira, 31 de agosto de 2010

Thine Own Self: Individuality in Edith Stein's Later Writings



Sarah Borden Sharkey

This is a clearly written, detailed, fine scholarly study of Edith Stein's attempt in her later work, especially Finite and Eternal Being, to develop a consistent metaphysics of individuality, offering a modern version of what the medieval scholastic Duns Scotus had tried to do with his notion of haecceitas (literally: 'thisness'). Edith Stein maintains that human beings not only participate in the universal form of humanness but also that each possesses an individual form which has its own distinct intelligibility. The two forms (universal and individual) are not co-present as independent parts but seamlessly unite to produce the single substantial form with its unique essence. Each person (e.g. Socrates) has an essence (what it is to be Socrates) and this is what Stein calls 'individual form' (individuelles Wesen).

Furthermore, Stein believes, the individual as such must be recognized as intelligible precisely as an individual and not just as a member of the species 'human'. This intelligibility of the individual goes against traditional views (from Plato and Aristotle through Aquinas) according to which what is intelligible for humans is the universal. To defend her view a radical modification of the traditional Thomistic account (that places intelligibility in the formal and universal and individuation in the material) is required, and this is what Stein sets out to do in her magnum opus Finite and Eternal Being (completed in 1936 but published posthumously in 1950).[1] Indeed, Finite and Eternal Being is Stein's most ambitious and difficult work, a sprawling ontological meditation on existence, essence and being, which was a reworking of her earlier Potency and Act,[2] a work that she had proposed in 1930 for her Habilitationsschrift in her second unsuccessful attempt to gain that German university teaching qualification.

Borden Sharkey's new study is primarily expository of Stein's ontological discussions and succeeds very well in clarifying Stein's notions of individual form, essential being, and whatness (quiddity), in relation to the more familiar accounts in Aristotle, Aquinas, Scotus and others. This is careful exegesis. For example, Borden Sharkey is alert to the terminological ambiguities and inconsistencies in Stein's writing and even provides a helpful glossary of Stein's technical terms. Stein -- in part following Husserl and Heidegger -- uses several variants of 'essence' (Wesen), including Wesenwas, Wesenheit, Einzelwesen, individuelles Wesen, as well as speaking of 'whatness' (Washeit), and other terms (e.g. Selbstand, subsistence) to distinguish different dimensions of essentiality and quiddity. Stein, for instance, recognizes that to be an individual is itself a form. There is an essence of individuality -- a common character individual things must necessarily have in order to be individuals. But aside from this formal essence, as it were, there is also the unique individual character of the individual -- what makes it this particular and not just a particular. She struggles to articulate this insight especially in Finite and Eternal Being Chapter Eight, entitled 'The Meaning and Foundation of Individual Being'.

Borden Sharkey critically engages with Stein's attempts to articulate the form of the individual. In the end she finds Stein's account of human individuality to be closer to Aquinas' account of angelic individuality (whereby each angel instantiates its own type and there are different types of angels, as expressed in the angelic hierarchy) rather than to the Thomist position on human individuality. For Aristotle and Aquinas, form is the principle of commonality (and intelligibility -- since understanding is of the common or universal) and matter the principle of individuality. Humans are identical in terms of their humanness but differ in terms of their accidental qualities. This does not seem to safeguard the true individual identity of humans. Stein criticizes Aristotle and the medievals for making matter to be the principle of individuation. Matter does not have this power. Form is what individualizes. Humanity is a universal essence, which all humans share by virtue of being human (FEB, p. 470) but there must also be an individual essence, what makes me the unique person I am, what gives me enduring identity.

As is well known, Stein, following a night reading St Theresa of Avila in the home of Hedwig Conrad-Martius, converted to Catholicism in January, 1922, and thereafter (to leave aside completely her personal journey into the convent) began to read herself into Thomistic philosophy, even translating Aquinas' De Veritate. Thus, for the Festschrift commemorating Husserl's seventieth birthday in 1929, she submitted an essay which was essentially a dialogue between Husserl and Aquinas: 'An Attempt to Contrast Husserl's Phenomenology and the Philosophy of St. Thomas Aquinas'. The original draft had been written in the form of a dialogue between these two thinkers: 'What is Philosophy? A Conversation between Edmund Husserl and Thomas Aquinas'.[3] Here she presents the common link as Brentano. Husserl and Aquinas both sought philosophy as rigorous science, 'the serious, sober inquiry of reason'. Aquinas recognizes the limits of human reason (natural reason) but also recognizes the domain of what is absolutely true independent of human subjectivity, a domain Husserl's transcendental phenomenology (which remains fixed in the domain of a world constituted by subjectivity) cannot reach. Both Aquinas and Husserl were interested in the 'analysis of essences' (Wesensanalyse). But Thomas' distinction between existence and essence allows for him to think of the world as created.

Most commentators on Stein over the years have sided either with Stein's Husserlian or with her Thomist meditations, and few like her attempts to develop a dialogue -- even a synthesis -- between these two figures. Moreover, Stein was not a Thomist in the usual sense. She was not a participant in the then burgeoning Neo-Thomist movement in Europe, although she was deeply influenced by her contemporary, the German Jesuit theologian and Augustine scholar Erich Przywara (1889-1972), who was a personal friend of Husserl's and with whom Stein was in correspondence between 1925 and 1931. Przywara's Analogia Entis[4] (1932) was deeply influential for her Finite and Eternal Being (hereafter 'FEB'; see especially, pp. xxix-xxxi, where she records her debt to Przywara). As Borden Sharkey notes, Stein was trained in phenomenology (and was Husserl's assistant from 1916 to 1918) and was particularly interested in the justification of the human sciences, especially psychology in its relation to the unique human individual.

Stein never leaves behind her phenomenology; indeed, she continues to discuss the manner in which it can relate to metaphysics or ontology in Finite and Eternal Being. Stein, following Husserl and Scheler, wanted to develop both a phenomenology and an ontology of the person as a unique individual and as a substance. In a certain sense, she was an existentialist who valued the unique and original in human existence, but she moved more in the direction of ontology influenced both by her close association with the Munich realist school of phenomenologists, especially Hedwig Conrad-Martius (and Jean Hering who wrote an influential article on essence)[5], as well as with Martin Heidegger, whom she knew quite well from her time in Freiburg. In her Author's Preface (written in September 1936) to Finite and Eternal Being, she acknowledges the importance of Heidegger's philosophy of existence as she found it in Being and Time, as well as Hedwig Conrad-Martius' ontology. Indeed, Stein acknowledges certain 'reminiscences' of Heidegger in her own study. Stein commends Heidegger's move to study Being itself and not just beings as such but disagrees with Heidegger's location of the understanding of Being solely in relation to human projection. 'Metaphysics is concerned with beings as such and not with human being alone', she writes (FEB, p. 551). Heidegger, for her, has made the mistake of placing all his emphasis on the finite human Seinsverständnis whereas the understanding of Being cannot be a 'property of finitude'. The finite needs to be measured against an infinite understanding. Stein herself follows Conrad-Martius in thinking that finite being implies infinite being.

Furthermore, Stein, in returning to Thomas, is not being an antiquarian. Under the influence of Husserl and Przywara, she wanted to develop an ontology that is sensitive to the complexity of human consciousness as, to put it in Heideggerean terms which she does not use, the site where being is revealed. In fact, Stein begins from the more Husserlian point of view, beginning with Descartes' discovery of the ego cogito as a recognition of the fact of one's own existence as a conscious subject. In other words, all inquiry must begin from the 'life of ego' (Ichleben, FEB, p. 36). As Stein puts it, my certitude about my own existence is the most primordial, intimate and immediate self-experience I can have (FEB, p. 36).

For Stein this is consistent with Aristotle, since, following Aristotle, she thinks of the living organism as the model for understanding substance. For her, the living human has a form which itself is living and progressive: 'the being of the form is life' (FEB, p. 268). There is no end to personal formation: 'the living being is never finished' (FEB, p. 270). Form or essence, then, has to be conceived of as living, evolving, developing, dynamic -- act in the genuine sense of agency -- rather than as a static constitutive principle, conceived of as a Platonic form or some kind of unfinished structure or blueprint that simply needs to be completed by matter.

Stein, then, proposes to think of individual essence in an original and challenging manner. Stein distinguishes, for instance, between the universal essence of soul (what anything must have in order to qualify as being a soul) and the specific nature or 'personal particularity' of a soul (also called the soul's essence, see FEB, p. 432). Personal essence can be changed radically (as in the case of genuine remorse) and yet there must be a deep continuing identity. There is -- and here the influence of St Theresa of Avila is evident -- something like an interior 'castle of the soul' (FEB, p. 435). Stein recognises that most individuals never reach this depth of soul nor do they live 'collected lives' (inspired here by Heidegger). Yet, all spiritual teachings recognise the need to enter into this inner life and to recognise its depth. Stein's meditations on individual being and personhood weave around these themes. Given this complex background, as well as the tragic manner in which Stein's work was disrupted due to her persecution and death at the hands of the Nazis, it is difficult to form an overall sense of Stein's project.

Borden Sharkey does an excellent job of articulating Stein's basic intent to develop an account of human existence that recognized its common form (animal rationale) and also the uniqueness of each individual, situated, historical existence as a person. The person, moreover, is not just a mereological sum of parts but has a distinct individuality, identity and wholeness (as well as a capacity to develop). Matter alone cannot account for this individuality. Borden Sharkey sees Stein's account of the relation between individual and universal as influenced by Husserl's accounts in Logical Investigations and in Ideas I. Individuals instantiate universals. Chapter Six gives a particularly clear account of Husserl's understanding of wholes, dependent parts and independent parts, and how this is taken up by Stein. Human nature as such is a form, but too empty and incomplete to ever come into existence on its own. It needs the determinacy given by individual human beings. Borden Sharkey's book situates Stein's discussion of individuality in relation to the philosophies of Plato, Aristotle, Aquinas and Scotus with some reference to Husserl's ontology. She finds Stein's account of individuals attractive but in the end opts for a modified Thomist position. Borden Sharkey's critique of Stein is based on the view that the Thomistic account of angelic individuality requires that angels occupy different ranks in a hierarchy. This goes against Stein's claim for the radical equality of all human beings. Stein herself contrasts humans and angels by saying that humans have hidden depths to their natures whereas angelic natures are transparent to themselves. Furthermore, for Aquinas, strictly speaking, it is designated matter -- not prime matter -- that is the principle of individuation.

Borden Sharkey's monograph is a valuable contribution to the research literature of the later Stein. She shows great familiarity with Stein's work and great affinity with her project to develop an ontology of individual personhood. Furthermore Borden Sharkey, admirably, does not attempt to draw a sharp contrast between the earlier phenomenological Stein and the mature Catholic metaphysician. Stein was an intensely sincere and deep thinker who sought to explore the uniqueness of the individual person and the depth of personal being drawing on diverse resources. She sought to do so, in particular, by rethinking (unencumbered by the need to accurately reflect the history of philosophy) the categories of essence, form, matter, act and potency inherited from the Neo-Aristotelian Scholastics but informed by the ontological considerations of Husserl, Conrad-Martius, Heidegger and others.

Borden Sharkey's essay is a first step in a very complex terrain, but one which can yield much insight. The whole subject of the interrelation between Husserl's (and the early Munich school phenomenologists, including Conrad-Martius, Hering and others) interest in ontology (including formal ontology), Heidegger's fundamental ontology, and Scheler's and Stein's personalism is most complex and fascinating. Even more challenging is to bring these ontological discourses into relation with the historical context in Aristotle and Aquinas. Stein's work is extremely rich in insight, even if its overall systematic ambition remains unconvincing. More will need to be done to articulate the understanding of essence in Husserl and Stein (especially given the revival of interest in formal ontology and analytic metaphysics), but Borden Sharkey has made a significant contribution to this challenging field and has admirably demonstrated Edith Stein's importance as an original philosopher of depth.


[1] Edith Stein, Endliches und Ewiges Sein: Versuch eines Aufstiegs zum Sinn des Seins,, Edith Stein Werke Band II (Freiburg: Herder, 1949), trans. Kurt F. Reinhart as Finite and Eternal Being (Washington, DC: ICS Publications, 2002). Hereafter 'FEB' followed by the page number of the English translation. Borden Sharkey uses her own translation in citing passages from this work but maintains references to the page numbers of the published English translation.

[2] Edith Stein, Potenz und Akt. Studien zu einer Philosophie des Seins, ed. Hans-Rainer Sepp, Edith Stein Gersamtausgabe 10 (Freiburg: Herder, 2005). English translation: Potency and Act: Studies Toward a Philosophy of Being, ed. L. Gelber and Romaeus Leuven, O.C.D, trans. Walter Redmond, The Collected Works of Edith Stein, Vol. 11 (Washington, DC: ICS Publications. 2009).

[3] Both versions have now been published as a parallel text as 'Husserl and Aquinas: A Comparison', in Edith Stein, Knowledge and Faith, trans. Walter Redmond, The Collected Works of Edith Stein VIII (Washington, DC: ICS Publications, 2000), pp. 1-63.

[4] Erich Przywara, Analogia Entis (Munich, 1932), a translation by John Betz and David Bentley Hart is in preparation for Eerdmans.

5 See Jean Hering, 'Bemerkungen über das Wesen, die Wesenheit und die Idee', Jahrbuch für Phänomenologie und phänomenologische Philosophie vol. 4 (1921), pp. 495-543.

extraido: Notre Dame Philosophical Reviews

http://ndpr.nd.edu/review.cfm?id=21130

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Material enviado por nossa correspondente em Roma.









Um grande abraço! Veja quanta coisa importante para nossos estudos e para que possamos divulgar . Ir Jacinta

==================================================
ZENIT, O mundo visto de Roma
Agência de Noticias
==================================================

Edith Stein: santa e filósofa para século 21

Entrevista ao filósofo Rodrigo Guerra

Por Jaime Septién

QUERÉTARO, segunda-feira, 16 de agosto de 2010 (ZENIT.org - El Observador) - No dia 19 de agosto de 1942, Edith Stein - Santa Benedita da Cruz - morreu na câmara de gás do campo de concentração de Auschwitz. Em 11 de outubro de 1998, foi canonizada por João Paulo II no Vaticano.


ZENIT-El Observador entrevistaram Rodrigo Guerra López, doutor em Filosofia pela Academia Internacional de Liechtenstein, membro da Academia Pontifícia para a Vida, diretor do CISAV (www.cisav.org), e especialista em fenomenologia e personalismo, sobre a atualidade do testemunho e do pensamento desta importante filósofa, mística, carmelita e mártir.

ZENIT: Que importância tem uma figura como a de Edith Stein no momento atual?

Rodrigo Guerra: Edith Stein é relevante para a nossa época principalmente porque é uma santa. Com sua vida e sua morte, ela mostrou que é possível viver com radicalidade a adesão a Jesus Cristo e o amor aos seus irmãos em meio a um mundo que parece cair no absurdo, na irracionalidade e na violência.

ZENIT: Edith Stein é santa, mas também foi uma grande intelectual...

Rodrigo Guerra: O itinerário de Edith Stein rumo à santidade não se encontra à margem do seu perfil intelectual. Ao contrário, toda a sua imensa contribuição filosófica é parte de sua vida e de uma maneira misteriosa também é parte de sua preparação para o martírio. Mártir significa testemunha. Edith Stein buscou ser testemunha da verdade ao amar apaixonadamente o trabalho intelectual que exerceu em parte acompanhada por seu professor Edmund Husserl e por outros brilhantes filósofos, como Adolf Reinach, Roman Ingarden e Hedwig Conrad-Martius.

Da mesma forma, ela procurou ser testemunha da verdade no momento de aderir afetiva e efetivamente a Jesus Cristo crucificado, ao ser chamada ao Carmelo e, finalmente, ao morrer em Auschwitz nas mãos dos nazistas. Todo este caminho parece indicar que a vocação mais profunda do filósofo cristão não termina ao escrever livros e fazer carreira acadêmica, mas principalmente educando o coração em uma disponibilidade particular para seguir a verdade até a cruz.

ZENIT: O pensamento de Edith Stein é pertinente para os que vivem na primeira década do século 21?

Rodrigo Guerra: Suas contribuições na metafísica, na antropologia da mulher, na teoria da pessoa humana, na teoria do Estado e nas relações filosofia-cristianismo são sumamente lúcidas e adiantadas para a sua época. Sou da opinião de que seu pensamento será valorizado com maior amplitude e profundidade no século 21, após a queda do racionalismo ilustrado e das rupturas pós-modernas.

Em Edith Stein, é possível encontrar importantes intuições que colaboram para superar tanto o racionalismo como a desconfiança da razão. Penso, por exemplo, na forma como utiliza o método fenomenológico: sempre fiel ao dado da experiência e sempre aberta a reconhecer que o que aparece revela o ser. Edith Stein, com sua fenomenologia realista, contribui de maneira sumamente relevante para realizar o que Bento XVI chama de "ampliar os horizontes da razão".

ZENIT: As opiniões de Edith Stein sobre a mulher também foram adiantadas com relação à sua época. No entanto, talvez hoje se necessitasse ir além delas para construir um "novo feminismo". O que você acha disso?

Rodrigo Guerra: De fato, o pensamento cristão deve ser concebido como um caminho que é preciso continuar em cada geração. Edith Stein conseguiu desenvolver com grande valentia intelectual uma teoria sobre a pessoa feminina fortemente associada ao modo como ela compreendia a natureza da alma humana e o princípio de individuação. Na atualidade, temos de aprofundar justamente em aspectos como este para mostrar que a diferenciação sexual não é um mero acidente do corpo, mas sim que tem sua raiz mais profunda naquilo que constitui a pessoa humana como pessoa.

O magistério de João Paulo II recolheu justamente estas intuições que é necessário prosseguir através de um trabalho interdisciplinar. Da mesma forma, Stein apreciou a originalidade da feminilidade sem desconhecer os condicionamentos culturais nos quais a sexualidade se encontra submersa em cada época.

Por isso, na antropologia do feminino desenvolvida por Stein se encontra a semente de uma teoria personalista sobre a sexualidade e sobre que o hoje se costuma denominar "gênero". Em momentos como o atual, em que se afirma que a consistência da pessoa é principalmente uma construção cultural, é necessário voltar a autores como Stein para encontrar uma adequada articulação entre natureza e cultura que não negue nenhum desses aspectos, mas que os reconheça em sua unidade e diferença.

ZENIT: Figuras como a de Edith Stein - Santa Benedita da Cruz - são importantes, mas não se encontram facilmente como referências religiosas e culturais na sociedade atual. A que se deve esta situação? É possível corrigi-la?

Rodrigo Guerra: Por um lado, o irracionalismo pós-moderno gerou que certos ambientes acadêmicos, muitos ambientes políticos e inúmeros meios de comunicação banalizassem ao máximo o tema da verdade.

O esforço por voltar às coisas em si e encontrar nelas a verdade - como queria Edith Stein - é sumamente árduo na atualidade. Por isso, é preciso criar novos espaços que deixem que os jovens possam viver uma experiência educativa alegre, que permita a assimilação racional e criativa do pensamento de Edith Stein e de outros autores que fazem parte do legado antigo e contemporâneo do pensamento cristão.

Um dos meus professores - John Crosby - costumava dizer que a communio é o método educativo para fazer uma filosofia que ame a verdade em qualquer lugar onde esta se encontrar. Amar a verdade e manter-se fiel a ela é mais fácil quando isso é feito em comunidade. Por outro lado, é preciso reconhecer que nos falta, como cristãos, uma nova paixão pessoal e comunitária pela verdade.

A insistência de Bento XVI com relação a uma nova racionalidade, mais aberta e comprometida, parece-me que se encontra justamente nesta direção. Acho que por isso é preciso trabalhar para criar comunidades científicas que, nutridas pela experiência cristã, permitam ser ajuda para a nossa frágil razão e para a nossa enfraquecida vontade.

ZENIT: Edith Stein viveu uma amizade desse tipo com Husserl, com Ingarden e com alguns dos seus amigos: é possível hoje encontrar pessoas e comunidades assim?

Rodrigo Guerra: Durante longos anos, filósofos como Angela Ales Bello, Anna Maria Pezzella, Alasdair MacIntyre, Josef Seifert, Walter Redmond, Urbano Ferrer, Juan Caballero Bono, Francisco Javier Sancho, Eduardo González di Pierro, Diego Rosales e outros promoveram o estudo do pensamento de Edith Stein com grande sacrifício e remando contra a maré.

Seu testemunho e exemplo motivaram a criação de círculos de estudo, instituições, congressos e, no fundo, um verdadeiro movimento que reconhece que Edith Stein é um marco intelectual e espiritual para o mundo de hoje. Na Academia Internacional de Filosofia de Liechtenstein e do Chile, na Universidade Lateranense, no Instituto Edith Stein de Granada e no CISAV do México também encontramos este movimento vivo de diversas formas.

ZENIT: Edith Stein fez uma filosofia cristã e deu testemunho cristão de amor à verdade até o sacrifício de sua própria vida. Que lição ela nos dá para o momento atual?

Rodrigo Guerra: Acho que Stein, entre outras coisas, nos ensina que a vida cristã não está separada da vida intelectual e que a atividade intelectual realiza melhor sua vocação quando se deixa provocar pelo acontecimento cristão. Assim como Balthasar dizia que é preciso voltar a fazer "teologia de joelhos", parece-me que os filósofos cristãos também deveriam recuperar a consciência da necessidade de unir a vida espiritual ao trabalho filosófico.

Stein também mostra que a adesão à verdade e a Cristo, quando levada a sério, não pode estar associada à cômoda vida burguesa, mas deve se projetar em compromisso real pelas pessoas, em especial pelas mais vulneráveis e perseguidas. Um personalismo que não passe por um compromisso militante e solidário a favor da dignidade humana e da justiça desaba por falta de congruência.

ZENIT: É possível que o pensamento cristão volte a ter um lugar na cultura contemporânea? Tanto na Europa como na América Latina, as sociedades parecem cada vez mais configurar-se como se Deus não existisse...

Rodrigo Guerra: Quando Husserl morreu, Edith Stein escreveu uma breve reflexão a uma de suas amigas: "Não tenho preocupação alguma pelo meu querido professor (Edmund Husserl). Estive sempre muito longe de pensar que a misericórdia de Deus se reduzisse às fronteiras da Igreja visível. Deus é a verdade. Quem busca a verdade, busca Deus, seja ou não consciente disso".

Este breve texto reflete uma atitude de honesta simpatia por tudo o que é humano, por todas as buscas sinceras da verdade, ainda quando estejam repletas de fragilidade. Da mesma forma, mostra uma confiança grande na graça, que age de maneira misteriosa, mas real em todos.

O pensamento cristão, em particular a filosofia cristã, ressurgirá como uma proposta culturalmente relevante para a Europa e para a América Latina não tanto à base de planos estratégicos, mas quando formemos novas gerações de jovens capazes de reconhecer no seio da modernidade e de sua crise a voz das exigências fundamentais que brotam do coração humano. Estas exigências sempre estão marcadas pela fome de verdade, bondade e beleza.

No final, estas exigências são desejo de que um Deus vivo e encarnado se torne presente e reconstrua a vida, dando sentido a tudo. Todo ser humano busca Cristo, ainda que não o saiba. Toda busca honesta da verdade contribui para que uma nova cultura emirja, uma cultura na qual o cristianismo possa viver com liberdade e, a partir dessa experiência, ofereça o incentivo necessário para pensar a verdade com novos olhos.



===========================================
ZP10081608
16-08-2010
===================================================
Esta notícia é da Agência ZENIT.

Se você está interessado em receber as notícias de ZENIT pode fazer uma assinatura GRÁTIS através de:
http://www.zenit.org/portuguese/subscribe.html

ZENIT é uma Agência internacional de notícias.
Visite nossa página:
http://www.zenit.org

Os serviços de ZENIT são gratuitos para uso pessonal.
Aa reprodução dos serviços de ZENIT requer permissão expressa do editor que pode ser pedida através de:
http://www.zenit.org/portuguese/reproducao.html

(c) Innovative Media Inc.
===================================================

Você pode enviar esta noticia a um amigo no seguinte link:
http://www.zenit.org/article-25751?l=portuguese

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mensagem da Ir. Jacinta pela passagem do dia de Edith Stein

Neste ano, estarei em Retiro Espiritual no dia 9 de agosto, festa da querida Santa Edith Stein. Nesse dia, rezarei , especialmente, por você, que com ela, busca continuamente, o CAMINHO da VERDADE que conduz à VIDA ,no Coração DAQUELE que é CAMINHO, VERDADE E VIDA! Unindo-se a todos os que a celebram,veja o vídeo que está no site abaixo. Reze por mim! Ir Jacinta

SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ – EDITH STEIN

Dia 9 de agosto no Carmelo é celebrada a festa litúrgica de S. Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), nascida a 12 de outubro de 1891 e tida como desaparecida dia 9 de agosto de 1942, no campo de concentração de Auchwitz. Judia, Filósofa, Edith Stein foi considerada por João Paulo II como uma personalidade síntese do drama do século XX.

Apresentamos abaixo parte do texto das fichas 38 e 39, extraído da obra de Francisco Javier Sancho Fermín, 100 Fichas sobre Edith Stein, Edições Carmelo, Marco de Canaveses, Portugal.

"Preparada para o martírio

Há muitos anos que Edith intuía o que ia acontecer: "Se te decides por Cristo, isto pode custar-te a vida" (OC V, 632). Assumira, até às últimas consequências, o significado da sua vocação e da sua íntima união com Cristo, já que se "quiser entrar com Ele na glória celeste, ela mesma tem que se deixar cravar na sua cruz" (OC V, 651).

A situação começou a tornar-se ameaçadora; quase no mesmo instante enfrentava-se com o seu último escrito, a Ciência da Cruz. Um título que surge da identificação vocacional com São João da Cruz e com tudo o que está a acontecer. 0 jesuíta J. Nota, que esteve em contacto com Edith Stein em Echt, diz-nos: "No contacto com ela notava-se particularmente a presença de Deus. Estou plenamente convencido de que na sua Ciência da Cruz ela escreve por experiência pessoal. Atrevo-me mesmo a chamar-lhe mística" (Positio 397).

As páginas deste livro estão cheias desse amor à cruz, desta sabedoria da cruz paulina. Ela sabe que não é uma teoria e que "uma scientia crucis só se pode adquirir se se chega a experimentar profundamente a cruz" (Ct 1383).

Da vivência pessoal da cruz de Cristo, tira-se como consequência imediata não só o seu grau de configuração com Cristo, mas também a sua vivência antecipada do maior gesto de amor: dar a vida pelos outros, o martírio. No seu Testamento mostrava claramente a sua disponibilidade, tal como no seu oferecimento pela paz.

Foi assim como ela sempre se viu. Por isso, encontrou o seu modelo precisamente na rainha Ester. A sua função não consiste em morrer, mas em interceder com toda a alma e disponibilidade, inclusive contando com a possível morte. Uma entrega que, a exemplo do seu Mestre e unida a Ele, tem um valor apostólico redentor. Numa das suas peças teatrais, titulada Diálogo noturno, escrita em 1941, ela representa a Rainha Ester. Apresenta-se diante da prioresa do convento solicitando voluntárias que, como ela, queiram arriscar a vida para salvar o seu povo (cf. OC V, 729 ss).

Na fé cristã esperou a chegada da sua morte. E assim a contempla a Igreja. Na Ciência da Cruz, Edith oferece-nos um belo texto aplicado a João da Cruz, mas que nos pode também ajudar a compreender o mistério da sua vivência interior, a sua disposição total, por amor a Deus e por amor ao seu povo: Quem podia falar assim, estava configurado intimamente com o Crucificado. Tinha chegado o momento em que, inclusive externamente, tinha de morrer com morte de amor na cruz. Agora faltavam cumprir-se os seus últimos desejos: "Só desejo que a morte me encontre num lugar isolado, longe do convívio com os homens, sem irmãos do convento para orientar; sem alegrias que me possam consolar, provado com todas as penas e dores. Quereria que Deus me provasse como servo, depois d'Ele ter provado no meu trabalho a resistência do meu caráter; quereria que me visitasse com a doença, como me provou na saúde e na força; quereria que me deixasse tentar no opróbrio, como o fez com o bom nome que tive diante dos meus inimigos. Senhor, digna-te coroar a cabeça do teu indigno servo com o martírio..." (OC V, 468).

E foi essa a realidade que experimentou com toda a crueza ao chegar a Auschwitz- Birkenau, morrendo na câmara de gás, despojada até do hábito, no meio do horror que se sente ao contemplar como crianças e adultos eram assassinados em massa, e despojados de toa a sua dignidade humana.

De Echt a Auschwitz

No domingo, dia 2 de Agosto de 1942, irrompiam no Carmelo de Echt os policiais que vinham buscar Edith e Rosa. Tinham ordem de as prender imediatamente e de as levar consigo. Deram-lhes apenas 10 minutos para recolher o imprescindível e despedirem-se da comunidade.

Neste mesmo dia foram presos outros religiosos e religiosas, alguns deles muito conhecidos de Edith: a irmã Miriam Michaelis (das Irmãs de São José), a irmã Aloisa Lõwenfelds (Congregação das pobres servas de Jesus), Ana Maria e Elfrieda Golschmidt (ursulinas de Echt), Ruth Kantorowitz, Alicia Reis (afilhada de batismo de Edith), a médica Lisamaria Meirowsky, a irmã Caritas Bock, os irmãos trapistas Loeb e o franciscano Wolgang Rosenbaum.

As duas irmãs Stein foram levadas diretamente para Roerdmond. Ali esperavam-nas uns caminhões que as transportavam com muitos outros para o campo de concentração de Amesfoort. Chegaram aqui à noite porque os condutores se perderam no caminho. Estiveram aqui dois dias completos. Em Amesfoort, o Conselho judeu podia prestar pequenas atenções aos judeus, como por exemplo, a possibilidade de enviar algum telegrama. 0 que Edith enviou ao seu convento chegou no dia 5.

Na noite de segunda-feira foram levadas para a estação de comboios da localidade. Ali obrigaram-nas a subir para um comboio em direção a Hooghalen. Dali foram a pé até ao campo de concentração de Werterbork, demorando cerca da uma hora a percorrer os 4 quilômetros. Chegaram na terça-feira à noite.
A comunidade de Echt ficou muito preocupada pelo destino das duas irmãs. Logo que receberam o telegrama enviado por Edith, procuraram quem lhes pudesse levar a Westerboork algumas coisas necessárias: mantas, roupa... Na quinta-feira, dia 6 de Agosto, as pessoas que lá chegaram à tarde, comprovaram para sua admiração que Edith irradiava uma grande paz e serenidade. Na sua última carta anuncia já o que se avizinha: a mudança para Este.

Nestes dias, Edith coincidiu com Etty Hillesum que, numa das suas cartas diz como se impressionou com a presença de religiosas e religiosos com a estrela amarela no hábito.

E assim aconteceu. No dia 7 de manhã cedo puseram-nos novamente a caminho para a estação de Hooghalen. Um comboio levou-os para Auschwitz-Birkenau, um campo construído e ampliado posteriormente para o extermínio dos judeus e outros indivíduos (ciganos, homossexuais, doentes psíquicos...). Uma longa viagem que chegaria ao fim no dia 9. 0 comboio passou por uma localidade muito familiar a Edith: Schifferstadt, muito perto de Espira. Aqui ficou o último testemunho de Edith ainda viva, que, pela janela do comboio, pôde enviar umas saudações aos seus conhecidos através do chefe da estação. 0 comboio dirigiu-se depois para Este, onde os esperava a morte.

0 comboio chegou a Auschwitz no dia 9 de Agosto, uma semana depois de ter sido arrancada do seu convento. Rosa e Edith iam decididas a entregar a vida por amor ao seu povo. Nas listas de prisioneiros Edith tinha o número 44.070."

Uma vida que deixou marcas...

Por ocasião dos 40 anos da morte de Edith Stein, apareceu o informe de Joahannes Wieners, motorista de um ônibus dos correios ZBV. Narra ele o encontro com um vagão na estação de manobra dos trens de Breslau. Um sentinela abriu a porta corrediça do vagão. Assim o refere com sua palavras:

"Vimos então pessoas prostradas, atiradas apáticas sobre o chão do vagão. Ficamos impressionados com o fedor que desprendia do vagão. Então apareceu na porta uma mulher com hábito de monja. Como parecia que me mostrava compassivo, disse-me: "É terrível; nem sequer temos recipientes onde fazer nossas necessidades". Olhei-a interrogativamente e disse-me, vacilando: "Agora vamos para a morte". Impressionou-me muito aquilo. Então perguntei-lhe sério: "Sabem isto os que vão com a Senhora?" E com a voz embargada respondeu: "É melhor que não o saibam".... Perguntei-lhe: "Podemos dar-lhe alguma coisa para comer ou beber?" Respondeu-me: "Não, obrigado; não aceitamos nada". No vagão podia ler-se que vinha da Holanda.... quando voltei do cativeiro, em 1948, li um folheto sobre Edith Stein. Na foto reconheci a monja daquele dia, 7 de agosto de 1942. Como dia de sua morte, colocaram 9 de agosto."

Outro testemunho, do Sr. Wielek, funcionário holandês de Westerbork, publicado no jornal De Tijd em 1952, refere-se à serenidade de Edith, mesmo em meio aos sofrimentos. Referindo uma conversa que tivera com Edith, ela dizia: "O mundo está feito de opostos... porém no final não restará nada destes contrastes. Somente permanecerá o grande amor". (do livro: El verdadero rostro de Edith Stein, de Waltraud Herbstrith, Ediciones Encuentro, Madrid 1990).

Fr. Alzinir Debastiani
(Padre Provincial da Ordem dos Carmelitas Descalços - Província São José - Sudeste - Brasil)

--
Postado por Luciano Dídimo no OCDS - PROVÍNCIA SÃO JOSÉ em 8/09/2010 12:02:00 AM

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

MINI-CURSO SOBRE EDITH STEIN


Prezados amigos e colegas,

Ocorrerá nos dias 28 e 29 de setembro e 01 de outubro próximos o
mini-curso Introdução à Filosofia de Edith Stein, na UNIFESP (Campus
Vila Clementino - Metrô Santa Cruz), com a Profa. Dra. Angela Ales
Bello, da Universidade Lateranense de Roma.


Maiores informações: www.proex.unifesp.br/eventos10/edithstein/index.htm

EL SIMPOSIO FUE ORGANIZADO POR LA FACULTAD DE TEOLOGÍA










El profesor visitante José Luis Caballero, del Instituto de Filosofía Edith Stein de Granada, España, dio la charla inaugural.

Aunque nació en el seno de una familia judía en 1891, en Yom Kippur o el día del perdón, Edith Stein se convirtió en una religiosa carmelita e incluso fue canonizada por el Papa Juan Pablo II en 1998. Sus aportes a la filosofía y su pensamiento en torno a la mujer tienen gran relevancia actual, de ahí que fuera el tema central de un simposio organizado por la Facultad de Teología UC.

Nacida en la entonces ciudad alemana de Breslavia (hoy Wroc aw, Polonia), se interesó por la filosofía desde muy joven. Atraída por la fenomenología ciencia que estudia la esencia de las cosas- fue discípula del célebre filósofo Edmund Husserl. La autobiografía de Santa Teresa de Ávila fue, según lo confesó la propia Stein, lo que determinó su conversión definitiva al cristianismo, bautizándose en enero de 1922, pese a haberse declarado atea en su juventud.

A partir de entonces, se dedica a estudiar intensamente las obras de Santo Tomás de Aquino y del beato Duns Escoto. En 1933, después de dar cursos y conferencias sobre el tema de la mujer y la pedagogía, ingresa al Convento de las Carmelitas Descalzas de Colonia, donde toma los hábitos con el nombre de Sor Teresa Benedicta de La Cruz. Sin embargo, el 2 de agosto de 1939, fue arrestada por la Gestapo junto a su hermana Rosa, también convertida al catolicismo. Después de pasar por dos campos de concentración en Holanda, fue enviada a Auschwitz, donde murió tres años más tarde.

Conocida por su particular inteligencia y cultura, esta mujer dejó numerosos escritos de elevada doctrina y de honda espiritualidad. De acuerdo a José Luis Caballero, profesor del Instituto de Filosofía Edith Stein de Granada, España, el concepto clave para entender su pensamiento es el espíritu. Para Stein, el espíritu significa apertura, tanto hacia la naturaleza como hacia la subjetividad ajena, y es lo que distingue al ser humano como tal.

Stein también desarrolló el concepto de la empatía, elemento que origina su programa filosófico temprano. Según esta filósofa, la empatía es la experiencia inmediata de sujetos distintos a nosotros mismos y de sus vivencias; y es en la experiencia intersubjetiva cuando nos damos cuenta de la jerarquía de valores de una persona. De hecho, Stein habla de la religiosidad como una experiencia empática con Dios.

Además de su labor filosófica, Edith dedicó buena parte de su tiempo a dictar conferencias sobre la mujer. Estaba convencida de que "no es por afán revanchista frente al varón como la mujer debe lograr su puesto en la sociedad moderna, sino prestando atención a lo que desde sí misma ya es". Incluso, para Stein la distinción entre hombre y mujer no es sólo corporal, sino espiritual.

En el simposio que es una de las primeras actividades previas a la creación del Centro Edith Stein- participaron el profesor de Filosofía UC Mariano Crespo quien se refirió a los aspectos fundamentales del método de Edith Stein; el Vice Decano de Teología UC Padre Rodrigo Polanco, con su conferencia "Los supuestos prácticos que Edith Stein encuentra en la lectura del Aeropaquita"; y la profesora de Teología UC Hermana Annelise Meis, quien profundizó en la relación con Tomás de Aquino. También expusieron los estudiantes y doctarandos Haddy Bello, Hermano Bernardo Álvarez, Cristina Bustamante, Agustina Serrano, María Paz Díaz, María Teresa Greene, Sofía Seguel y Eliana Martínez.

extraído: http://www.uc.cl/comunicaciones/site/artic/20100512/pags/20100512213243.php

domingo, 25 de julho de 2010

FENOMENOLOGIA DO DIREITO DE EDITH STEIN


ANDRÉ RICARDO CRUZ FONTES.


Doutor em direito civil pela universidade do Rio de Janeiro. Doutor em filosofia pela mesma universidade. Doutor em ciências e história das ciências, técnicas e epistemologia. Mestre em direito cívil. Professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio de janeiro e Espirito Santo).
VALE APENA CONFERIR

quarta-feira, 21 de julho de 2010

sexta-feira, 16 de julho de 2010

PENSAMENTOS DE SANTA EDITH STEIN SOBRE MARIA


”Cada mulher seja uma cópia da Mãe de Deus, seja uma esposa de Cristo, seja uma apóstola do Coração Divino. Todas, então, corresponderão plenamente à sua vocação feminina, independentemente das circunstâncias e das atividades exteriores nas quais realizam as tarefas desenvolvidas”.
”Se Maria é o protótipo da genuína feminilidade, a imitação de Maria deve ser o fim da formação da jovem”.
”A Virgem que guardava no seu coração cada palavra que Deus lhe dirigia, é o modelo das almas atentas nas quais é revivida a oração de Jesus Sumo Sacerdote”.
”A virtude do Espírito Santo cobriu a Virgem Maria enquanto esta, sozinha, rezava e realizou a Encarnação do Redentor”.
”Maria nos gerou segundo a vida da graça, dando-se totalmente, de corpo e alma, para ser a Mãe de Deus”.
”Que possamos voltar o olhar à Mãe de Deus, Maria, nas bodas de Caná. O seu olhar silencioso e perscrutador observa tudo e repara onde falta alguma coisa. E antes que alguém perceba e ocorra algum embaraço, ela já prestou a sua ajuda. Encontra meios e modos, dá as indicações necessárias, e isso tudo em silêncio, sem deixar perceber nada”.

”Maria, hoje permaneci contigo sob a cruz e jamais sentira tão claramente que foi sob a cruz que te tornaste nossa Mãe. Como a fidelidade de uma mãe da terra não escutaria solícita a última vontade do filho?”.
”Maria, tu nos conheces a todos: nossas feridas, nossas chagas, tu conheces também o esplendor celeste que o amor de teu Filho quer difundir sobre nós na claridade eterna. Assim, guia solícita nossos passos”.


http://gentedefe.com/groups/edith-stein