POR UM CARMELO MAIS VIVO E VIVIDO!
Ao celebramos os 70 anos do martírio de Edith Stein
nos vem ao coração vários pontos a serem partilhados, que, por certo, nos
colocam numa situação um tanto delicada. Antes de tudo, o que a impulsionava era
sua sede de Verdade, e nesta busca da Verdade ela encontrou um meio que é o ser
humano. Todo seu labor científico e espiritual foi em vista da integralidade do
ser humano. Edith Stein foi uma mulher profundamente apaixonada pelo vivente, e,
integrada no seu contexto histórico social, soube, com ousadia, dar respostas,
com sua vida atuante, aos questionamentos do seu tempo.
Stein tornou-se uma das primeiras mulheres a entrar
numa Universidade, coisa não permitida para as mulheres do seu período na
Alemanha. Trabalhou com afinco pelo direito do voto eleitoral para as mulheres;
deixou de lado seu estudo de doutorado e foi para o hospital de campo de batalha
na Primeira Guerra Mundial; e passou pela experiência agnóstica, tão comum nos
dias de hoje, dentre outros episódios que podemos destacar de sua biografia. De
maneira que, com toda propriedade, podemos dizer que Edith Stein é uma mulher do
nosso tempo.
Ao distanciarmos setenta anos de sua “vitória sobre
a morte”, podemos olhar para nós carmelitas, seus coirmãos, e nos perguntarmos
que tipo de resposta estou eu dando aos inúmeros questionamentos do homem de
hoje?
Contemplando o modelo de santidade proposto pela Igreja na pessoa de
Edith Stein, também nós temos o amor e ardor pela verdade? Também nós vivemos
com intensidade nosso carisma, nossa vocação de sermos missionários da profunda
amizade e intimidade com Deus, como tantos outros que nos precederam e doaram
sua existência para arrebatarem a palma da vitória?
Mais do que nunca a humanidade espera ansiosamente a
manifestação dos filhos de Deus, de carmelitas que uma vez tocados pelo
Inefável, sejam atuantes no seu raio de ação e onde a Igreja precisar. Em meio
às celebrações dos 500 anos do nascimento de Nossa Santa Madre, comemorar os 70
anos do martírio de Edith Stein é também a ela estender a afirmação: “morreu
filha da Igreja”.
Por certo que o novo nos traz receio, mas o que
seria da Igreja sem a parresia paulina? A Igreja hoje nos convoca a uma Nova
Evangelização. E nós carmelitas, que resposta daremos? Do ardor em comunicar a
“posse” do Amado. Do ardor que contagia a tantos outros pela subida do Monte.
Seremos, a exemplo de Edith Stein, “pietas” das dores dos homens e mulheres de
hoje, que clamam do alto de suas angústias, fome, depressão, guerra, solidão
etc. O Cristo desfigurado está diante de nós... Que ao celebramos a festa da
vida também tenhamos nós conseguido arrebatar nossa palma. E com infinita
alegria possamos ouvir: “Vinde, Vinde! Benditos de meu Pai, pois estava...
“
Santa Teresa Benedita da Cruz, intercedei por nós
para que, com coragem e destemor, possamos ousar em sair de nossas pseudo
estabilidades e seguranças. Dai-nos olhos para ver o novo e atingi-lo como
meta. Dai-nos o ardor pela humanidade.
Fazei que nós, com nossa vida, contribuamos para a salvação do gênero humano.
Por fim, intercedei por nós, para que possamos ser de fato carmelitas! Amém.
________________________
*Moisés Rocha Farias (Moisés da Cruz, OCDS) moisesdacruz@hotmail.com Bacharel
em Filosofia. Membro do Grupo de
Pesquisa: Um olhar interdisciplinar sobre a subjetividade humana, ligado ao CNPQ. Membro fundador do
Grupo de Trabalho Edith Stein http://gtedithstein.blogspot.com.br/. Especialista em
Metodologia e Didática do Ensino Superior. Mestrando em Filosofia pela
Universidade Estadual do Ceará. Conselheiro da Comunidade São José de Santa Teresa, da OCDS de
Fortaleza-CE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário