A clínica psicológica refletida a partir de Edith Stein: humanologia
Prof Dr Andrés Eduardo Aguirre Antúnez
Universidade de São Paulo - Instituto de Psicologia
Departamento de Psicologia Clínica
Os estudos sobre a estrutura da personalidade humana e empatia têm ampliado a compreensão do paciente cuidado em psicoterapia em minha prática clínica, no ensino e na pesquisa. Esses estudos me convidaram a uma desconstrução da terapia do psíquico. A partir de Edith Stein encontrei uma humanologia, que se revela mais próxima à realidade do vivido, que os estudos em psicologia e psicanálise. A pessoa humana compreendida em corpo, psique e espírito, amplia a psicologia. O estudo sobre empatia reposiciona o modo de estar com o outro na clínica. Anterior à simpatia e antipatia, a empatia é um modo de conhecimento do outro e de si a partir do que acontece na inter-subjetividade. O mundo contemporâneo nos mostra dificuldades que nós seres humanos temos que enfrentar e considero que qualquer tentativa de diagnosticar uma pessoa nos dirige a um reducionismo de toda a potencialidade que é inerente ao ser humano. A partir de Stein, o diagnóstico se volta à experiência vivida. Nesse sentido, todo e qualquer sintoma passa a ser mero coadjuvante diante da maior doença que afeta o homem, o preconceito. Edith Stein nos mostrou como é possível romper com os preconceitos de modo ético, a começar pela sua própria história, repleta de sofrimentos e aproximações entre o modo de ser judaico e o católico. A essência comum a esses distintos modos de ser se situa na humanidade. Pretendo com esta exposição refletir sobre as profundas contribuições de Stein para a psicologia clínica a partir do estudo do humano.
Palavras-chave: estrutura da personalidade, empatia, psicologia clínica.